O INTERESSE GLOBAL DA FLORESTA AMAZONICA

A AMAZÔNIA POR ALDO REBELO

Livro lançado por ex-ministro evidencia história, potencial e desafios da região e antecipa debates urgentes a serem feitos na COP30, escreve CÂNDICO VACCREZZA

Figura 10. Magni Amazoni fluvii in Amaerica meridionali, nova delineatio, Conde de Pagan (1655)

Fonte: John Carter Brown Library – Internet Archive. Disponível em: https://archive.org/​details/​relationhistoriq00paga/​page/​n17/​mode/​2up

Em maior, Aldo Rebelo lançou o seu livro "A maldição de Tordesilhas", sobre a Amazônia, em São Paulo, Brasília e Curitiba. Contou com as presenças de personalidades políticas, deputados de diversos matizes ideológicos, militares da reserva, militantes de esquerda e de direita, empresários, intelectuais de variados perfis ideológicos e 2 ex-presidentes da República: Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Infelizmente, uma parte das críticas ao livro de Aldo, feitas por segmentos de esquerda, foi às presenças de Bolsonaro e do general Villas Bôas. Isso mostra o grau da mediocridade da política de ódio que marca o nosso país, à direita e à esquerda. Assunto para outro artigo.

Quero registrar também as presenças do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, dos deputados Baleia Rossi, presidente do MDB, e Orlando Silva, ex-ministro dos governos Lula e Dilma; dentre os economistas, um destaque especial para Paulo Nogueira Batista, intelectual de renome internacional, ex- diretor do FMI e ex-vice presidente do NDB, o banco dos Brics.

As presenças e o sucesso de vendas, em pouco tempo, já seriam um marco para o livro, porém o mais importante é o seu conteúdo. Escrito de forma fácil e concisa, reflete muita pesquisa levada a efeito por Aldo e muito conhecimento da geografia, da história, dos problemas atuais, da alma da Amazónia e dos amazônidas e da integração indivisível entre a Amazônia e o projeto da nação brasileira.

De forma quase emocional, mas sem perder a frieza da realidade expressa pelos fatos, Aldo escreve que:

"O Brasil vive dias de imensa pressão internacional para proteger a Amazônia do desmatamento.  A versão promovida pela diplomacia dos Estados Unidos e da Europa Ocidental é a de que o país tem sido negligente em adotar medidas eficazes para conter a destruição da floresta, difundida pelo aparato mediático das ONGs financiadas do exterior e reproduzida por boa parte da mídia nacional e internacional."

[...]

"Tomemos o caso do Estado do Amazonas, o maior da região Norte, com 1.571.000km², dos quais 95,46% estão cobertos por vegetação nativa. [...] Façamos o seguinte raciocínio: se a área total dos seguintes países fosse transformada em floresta, [...] mesmo assim, o Estado do Amazonas teria sozinho mais floresta do que os territórios somados de França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Dinamarca, Holanda, Suíça e Bélgica."

Aldo defende a necessidade de reprimir as atividades criminosas na Amazônia, o desmatamento ilegal e a extração clandestina de madeira, porém rechaça a versão de que há um processo de savanização da Amazônia.

A esse propósito é importante tratarmos da discussão mundial sobre o clima e em particular sobre a COP30 que será realizada em 2025 no Pará. Aldo abre o prefácio do seu livro citando o padre Antônio Vieira: "Perde-se o Brasil, senhores, porque alguns ministros de sua majestade não vêm cá buscar nosso bem, vêm buscar nossos bens".

Desde o tratado de Madri, assina e selado em 1750, entre Espanha e Portugal, com pouca diferença, o Brasil passou a ter as feições geográficas atuais. De lá até os nosso dias houve cobiças e tentativas de ingerências internacionais, que exigiram do governo português, incialmente, e depois dos governos brasileiros, ações firmes para afirmar a soberania nacional sobre a Amazônia, sobre as nossas riquezas e sobre a biodiversidade,

Houve roubo das sementes de seringueira, registros ilegítimos de biodiversidade por outros países, com prejuízos imensos para o brasil. Cada momento desses está bem contato no livro de Aldo. 

O tema agora é a discussão climática, às vezes exacerbada por fenômenos climáticos periódicos, que podem ter relação com o chamado aquecimento global. Os países desenvolvidos, preocupados com seus mercados, criam uma narrativa, infelizmente, assimilada por grupos políticos brasileiros: as queimadas na Amazônia estão contribuindo muto para o aquecimento global; a discussão da Amazônia é de interesse mundial; e assim por diante.

Ora, se computarmos os bombardeios e os torpedos lançados por Israel na guerra contra os palestinos, ou os exercícios militares realizados pelos EUA, estes liberam muito mais gases chamados de efeito estufa do que qualquer queimada no Brasil.

Na maior parte da Amazônia, não se pode explorar petróleo, gás ou minerais. O desenvolvimento está bloqueado, cada vez mais restrito. Enquanto isso, assistimos a população ribeirinha sem água potável, a população indígena sem energia e sem acesso às mínimas condições de saneamento e o desenvolvimento continua bloqueado.

Os milhões de brasileiros que vivem no pedaço mais rico do Brasil, em que temos a maior reserva de água doce utilizável do mundo, a maior fronteira mineral e a maior biodiversidade do mundo, bloqueada como um fator impeditivo para os avanços econômicos e sociais.

Nenhum país do mundo tem os mecanismos de proteção ambiental que tem a região Amazônica. Lá, além da proteção das terras indígenas, temos as áreas de proteção ambiental da floresta que, em muitos dos Estados, excedem a maior parte dos seus respectivos territórios. Nas áreas destinadas à produção agropecuária, cada fazenda é obrigada a preservar 80% da propriedade.

Amazônia: A Maldição de Tordesilhas 
SAIBA MAIS

Sem pejo, a Alemanha, culpando a redução do fornecimento do gás russo, aumentou a utilização do carvão mineral na produção de energia a partir de 2022; dos ditos países ricos, os maiores poluidores do mundo, nenhum tem um código florestal e nenhum tem o índice de utilização de energia limpa comparável ao do Brasil. 

O Brasil, o nosso desenvolvimento e a utilização das nossas riquezas não são os vilões do clima, devemos procurá-los no hemisfério Norte.

Voltando à COP30. Duas agendas, com matizes, dividirão as discussões internas no Brasil:

• Uma presentada pelo Ministério do Meio Ambiente, ONGs autodenominadas de ambientalistas e pelo Ibama, que aceitaram e defenderão a visão do travamento do desenvolvimento como defesa do meio ambiente, independentemente das consequências para o país;
• A outra, que entende que é importante defender o meio ambiente combinado ao desenvolvimento econômico e social do país. Aliás, a melhor forma de preservar o meio ambiente é associá-lo ao desenvolvimento tecnológico. É preciso destacar que a Amazônia tem o maior potencial de produção hidrelétrica do mundo.

Uma grande contribuição para o clima mundial, darão os EUA se retirarem as barreiras para produtos agrícolas e a Europa se reduzir os gigantescos incentivos fiscais à sua produção agropecuária.

O livro recém lançado pelo ex-ministro Aldo Rebelo coloca uma nova agenda para a discussão sobre a Amazônia. Os debates da COP 30 nos esperam. 

CÂNDIDO VACAREZZA - Médico ginecologista formado pela Universidade Federal da Bahia, com atuação no Serviço Público desde 1984. Mestre em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Médias da Santa Casa de São Paulo. Foi duas vezes deputado estadual e duas vezes deputado federal. Atualmente, é Diretor da Escola Municipais de Saúde de São Paulo.

Nota da Administradora deste Blogger:

Os Colaboradores são autores, expositores, prestadores de serviços entre outros que desenvolvam conteúdo educativos, informativos e técnicos para promoverem o empreendedorismo, a empregabilidade, sustentabilidade da geração de renda aos nossos leitores. Esses Colaboradores são indivíduos previamente convidados pela Administradora do Blog, que, poderão enviar o material para publicação através de mensagens eletrônicas ou e-mail. Nossos colaboradores não possuem obrigação de horário ou continuidade, não mantendo nenhum vínculo trabalhista com o Blog Revista O Condutor de Inspirações, em consonância com a Lei de Imprensa n. 5250/67, e, também em decorrência da Lei n. 9.610/98, de Direitos Autorais. Todas as obras são cedidas a título gratuito, ao Blog Revista O Condutor de Inspirações sem qualquer ônus, honorários, remuneração, ou patrocínio. Todas as peças, objetos, fornecidos pelos convidados não estão aqui sob o intuito de venda ou compra, servindo apenas como material de demonstração.  Qualquer venda de produtos ou  serviço deve ser realizada diretamente com o autor da obra, prestação de serviços, e, etc,.. Devendo ainda, o autor, prestador de serviços, expositores, desta página responsabilizar-se por qualquer remuneração, reembolso, compensação, encargo ou serviço de qualquer natureza a terceiros. Respondendo por todos e quaisquer danos causados a idealizadora do projeto e a terceiros em decorrência da violação de quaisquer direito. São também responsáveis diretos pela autenticidade das informações contidas em seus textos, produtos e serviços, Os textos e todos os materiais trazidos aqui pelos colaboradores devem conter a sua autenticidade autoral, suas redes Sociais, telefones para contatos, e, todas as formas para que o leitor possa identificá-lo e encontrá-lo. É estritamente vedado o fake news, o plágio, e, cópias de textos, fotos e materiais elaborados por terceiros estranhos a esta parceria, entregues para divulgação. As citações realizadas nos textos deverão indicar a autoria, página da internet com data e hora de pesquisa, fotos, gravuras, reprodução audiovisual deve conter todos os elementos que identifique o autor e sua origem. Toda obra aqui exposta pelo Colaborar poderá ser compartilhada em todas as Redes Sociais disponibilizada pelo Administrador do Blog Revista O Condutor de Inspirações para a devida promoção deste blogger, sendo permitido a veiculação de fotos pessoais, trabalhos, objetos, audiovisual. O Colaborado não perderá seu direito autoral podendo compartilhar em outros veículos de comunicação toda a sua obra sem prejuízo do conteúdo aqui publicado. O blog O Revista O Condutor de Inspirações não disponibilizará o material fornecido por seus Colaboradores a qualquer outro veiculo de imprensa, sendo apenas divulgado em Rede Social da Administradora ou em grupos de rede sociais em que a mesma faça parte. Todas as redes sociais da Administradora contém o seu nome pessoal e o nome fantasia, o que torna fácil ao Colaborador identificar quem esta veiculando o seu trabalho podendo identificar terceiros que por ventura vier a sequestrar o conteúdo deste blog. O Blog Revista O Condutor de Inspirações não representará legalmente o Colaborar perante interferências de terceiros, ações autorais extra ou judicialmente. O blog Revista O Condutor de Inspirações não cobrará valores dos colaboradores para publicar o material por eles divulgados, assim como o Colaborador não poderá reivindicar direitos ou pagamentos sobre o conteúdo aqui publicado, posto que, somente obras permitidas por seus autores são publicados neste blogger de livre, gratuita e espontânea vontade. Toda matéria trazida pelos Colaboradores poderão sofrer ajustes para que se adaptem a plataforma utilizada pelo Blog Revista O Condutor de Inspirações. Apenas serão publicados textos de Colaboradores previamente convidados pela Administrado do O Condutor do Tempo. A parceria entre o Colaborador e a Administradora deste Blog poderá ser desfeita a qualquer tempo sem qualquer ônus para as partes, apenas devendo ser previamente avisado de que a publicação não será realizada. A administradora do Blog poderá ativar ou desativar o blog, mudar de plataforma e escolher livremente o nome da página do blog sem qualquer interferência do Colaborador dos textos, serviços, objetos, fotos, gravuras, peças audiovisuais, entre outros trabalhos aqui apresentados.

Escreva uma avaliação: