A INEXISTÊNCIA DA EXISTÊNCIA FEMININA

REGISTROS HISTÓRICOS

Historicamente, os registros e documentos muitas vezes excluíram as mulheres de suas anotações, criando uma lacuna na compreensão completa da história humana e levando à sensação de que a existência feminina é "inexistente".

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Imagem gerada por Copilot - Baseada na obra de Simone de Beauvoir, "O Segundo Sexo"

A evolução humana continua, e com ela, o desenvolvimento do comércio entre cidades que impulsiona a economia de diversos Estados. 

O mercantilismo emerge como uma fonte de renda para certos proprietários de terras agrícolas que começam a procurar mercadorias para comercializar com outros povos.

Para incrementar a força de trabalho, a maternidade começou a ser incentivada pela religião, e a fertilidade feminina passou a ser vista como uma bênção divina.

Para assegurar a paternidade de sua prole, o marido limitava a liberdade de sua esposa ao confinamento em sua residência. Além de preservar sua linhagem, ao manter a esposa sob seu domínio, ele também assegurava a posse de seus bens.

Assim como a maneira de assegurar a riqueza e o poder de uma família e com o objetivo de manter a posse das melhores terras, ou seja, com o advento das nações de mercado livre, o homem começa a optar por uma única esposa para cuidar de seu clã familiar. 

A monogamia surge como requisito para a união de um homem com uma mulher, embora não exista interesse na manutenção da fidelidade entre os cônjuges, mas na conservação do patrimônio familiar. Portanto, estabelece-se uma forma de subjugação de um sexo pelo outro.

É perceptível que as mulheres enfrentam diversas barreiras culturais, religiosas e jurídicas que as mantêm em submissão, limitando sua expressão política e social.

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Para preservar a continuidade da herança e da linhagem, emergem dogmas religiosos que veem o prazer sexual como pecaminoso e a mulher como um ser inferior, suscetível aos 'perigos da carne', sendo ainda considerada 'traidora, frívola, luxuriosa, inclinada à fornicação'.

Pesquisas indicam que a mulher teve um papel crucial na manutenção da economia das famílias abastadas, assegurando assim a transmissão de bens hereditários.

Tanto a Igreja quanto o Estado historicamente viam as mulheres como indivíduos incapazes e sem personalidade jurídica, e em alguns países essa condição persiste até os dias atuais.

Na Arábia Saudita, os direitos das mulheres são significativamente mais restritos em comparação com outros países do Oriente Médio. De acordo com um relatório de 2013 apresentado ao Fórum Econômico Mundial, o país possui o maior número de desigualdades econômicas entre gêneros. Em 2015, as mulheres sauditas alcançaram um marco na política ao adquirirem o direito de participar das Assembleias Consultivas e das eleições municipais. Em 2017, conquistaram o direito de dirigir automóveis. Contudo, nos tempos atuais, ainda necessitam de um guardião legalmente estabelecido, caso não sejam casadas, e apenas com a autorização deste podem viajar, realizar procedimentos médicos, abrir empresas, entre outros, sendo ainda consideradas incapazes de exercer plenamente seus direitos civis.

No entanto, as mulheres sauditas defendem que seus direitos civis sejam conquistados respeitando suas crenças, religião e política local, em vez de se basearem nos padrões e estilos de vida ocidentais.

No Islã, homens e mulheres possuem direitos iguais, mas espera-se que as mulheres vivam submissas aos seus maridos. A poligamia é permitida no casamento, contanto que o marido tenha condições econômicas de sustentar todas as suas esposas igualmente.

Nos países islâmicos, as mulheres não estão limitadas ao trabalho doméstico; elas podem trabalhar em qualquer área de especialização, desde que tenham a autorização masculina. 

Em muitas partes do mundo, as mulheres são submetidas a condições desumanas, sendo forçadas a seguir as ordens de seus maridos.

O que temos é uma situação sociocultural enraizada no inconsciente humano. Leva-nos a crer que os instintos primitivos de dominação sexual e de poder ainda residem nas células do corpo humano.

 

Nada justifica a crença de que homens possam humilhar, constranger, violentar, espancar ou matar suas companheiras. Da mesma forma, é inaceitável que ainda haja mulheres que acreditem que o seu lugar se limite a cuidar da casa e dos filhos.

Embora muitas mulheres hoje em dia tenham assumido papéis e funções anteriormente dominados por homens, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a independência completa — econômica, moral, profissional e jurídica — para que a mulher possa atuar na sociedade com liberdade e ter suas opiniões respeitadas.

Infelizmente, as mulheres enfrentam dificuldades para manter um espírito de equipe e a organização social em grupos predominantemente femininos, especialmente nas relações de trabalho.

A competitividade em certos setores profissionais pode ser desleal, especialmente quando há diferenças no nível de educação.

Mulheres com alta qualificação encontram obstáculos para entrar ou permanecer em grupos femininos no ambiente de trabalho, especialmente quando há variados níveis de profissionalismo. Esses fatores contribuem para o assédio moral entre mulheres como uma prática prejudicial, muitas vezes cometida sem que todas as envolvidas percebam, devido à influência da dominação ideológica de um sistema patriarcal.

Outra área da sociedade com baixa participação feminina é a política, onde existe um marcado e notável desinteresse por parte delas em se envolver em grupos políticos, debates e até na ocupação de cargos públicos.

Poucas mulheres desempenham funções no setor financeiro e econômico, ocupando cargos administrativos ou de diretoria em empresas, na engenharia civil ou industrial, bem como no agronegócio e em outros setores de gestão e gerência.

O medo e o preconceito continuam a restringir financeiramente as mulheres. Há diversos setores, como economia, direito e educação, entre outros campos sociais, onde a presença feminina é limitada devido ao preconceito ou ao receio de trilhar novas trajetórias profissionais.

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Presidente do Brasil - A primeira mulher a presidir o país - Dilma Rouseff

Com a expansão e o crescimento da industrialização, tornou-se possível a entrada das mulheres no trabalho industrial. No entanto, o custo de sua mão de obra era significativamente inferior ao valor pago aos homens.

Atualmente, é notável a presença das mulheres no mercado de trabalho, ocupando posições em profissões como professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias públicas e na área da saúde.

No setor de limpeza, a maioria das trabalhadoras são mulheres sem carteira assinada, negras e com baixa escolaridade.

Outra dificuldade que as mulheres enfrentam está na conciliação entre a maternidade e a carreira, além das obrigações trabalhistas. Muitas são 'mães solo' que se veem obrigadas a conciliar o trabalho com as tarefas domésticas. Algumas acabam deixando seus empregos após o nascimento dos filhos, o que pode levar à dependência financeira.

Atualmente, as mulheres desempenham mais funções do que os homens, assumindo diversos papéis sociais que frequentemente dividem seu interesse e, consequentemente, sua capacidade de executar uma única tarefa com sucesso, como geralmente acontece com os homens.

A superação do preconceito e a resistência a emitir julgamentos de valor sobre novas perspectivas representam um desafio cultural, especialmente para mulheres que tiveram maior acesso aos meios de comunicação em massa. Essas mulheres tendem a ser mais suscetíveis a manter padrões estereotipados, influenciadas pela marcante presença desses meios de comunicação.

A vontade de trilhar novos caminhos e alcançar prêmios e posições sociais elevadas é temida pela mulher que não vê com bons olhos realizar uma conquista que antes era atribuída a um homem.

É um fato bem documentado que, ao longo dos séculos, as mulheres foram submetidas e oprimidas pela cultura social de dominação, exercida através do poder patriarcal.

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